sábado, 11 de fevereiro de 2012

Capítulo 1 - Parte 1

McKingley High School, atualidade.

- Elizabeth Price, pensa que eu esqueci a data de hoje?
Mary Anne aproximava-se da amiga, o barulho dos saltos ecoando pelos corredores da pequena e modesta MKH. Com sua mini saia drapeada, sua camisa branca translucida e seu colete preto, chamava a atenção de todos os estudantes do sexo masculino por onde passava. Linda, com seus cabelos loiros bagunçados, como sempre, exalava confiança e decisão.
E... sua memória era perfeita.
- Não, Mary, não... por favor, não comemora.
- Feliz aniversário amiga. – ela a abraçou fortemente.
Falar com Mary era como falar com uma pedra. Ela nunca te obedeceria, a não ser que quisesse isso. Sua teimosia dava medo.
- Eu acho... – disse Lys, afastando-se da amiga – que pedi para você não comemorar. Mesmo assim, obrigada.
- Nossa, que mau humor, Lys. E eu não estou comemorando... ainda.
- O que você quer dizer com “ainda”, Mary Anne Hidel?
- Estou querendo dizer, Elizabeth, que é seu aniversário e que faremos uma mega festa lá na minha casa. E estou querendo dizer, também, que você não poderá se negar a comparecer, por que eu já comprei tudo, está tudo preparado, e seria um imenso desperdício de comida e bebida, fora a decoração, é claro.
Lys não estava com vontade nenhuma de festejar. Desde que terminara o relacionamento com Philip, ela só queria ficar em casa, assistir algum bom filme, se empanturrar de sorvete e esquecer-se dos problemas.
Era assim que ela se sentia bem. Por que ninguém a entendia?
- Mary, por favor, sério mesmo... dá pra pular essa parte?
- Não, Lys! Você não vai morrer para a sociedade só por que um idiota te deu um pé na bunda.
- Nossa, assim você me deixa muito melhor, Hidel.
Ela a olhou, compassível. Sentia pena de Lys. Nos últimos dias, a garota andava muito para baixo. Não era justo que um cara a fizesse sofrer dessa maneira.
- Ai Lys, sério, desculpa... você sabe que eu não...
- Tudo bem, Hidel. Eu vou à festa. Mas não espere que eu fique animada nela, ok?
A garota apenas assentiu com a cabeça.
- Ah, e Elizabeth... – Mary pareceu ter medo de continuar. – Você se importa se um primo meu estiver na festa?
- Quem, o Matt? Aquele ruivinho cheio de sardas de sete anos de idade?
- Não, Price! – ela estava descrente. – Não acredito que você pensou que eu fosse levar meu primo bebê para uma festa de adultos! Eu me refiro ao meu primo, Ian. Ele é novo na cidade, e minha mãe quer que eu o ajude a se adaptar... e ele é lindo, tem olhos azuis e...
- Hey Hidel, se eu disser que sim, você para de tagarelar quanto à beleza épica do seu primo?
- Yeah! – ela comemorou.
O sinal tocou e elas foram para a aula de história com o Sr. Revis.
Ao fim da aula, Lys e Mary estavam saindo da sala quando depararam-se com Joe.
Era tão ruim, para Mary Anne, estudar com o meio irmão... Era como se alguém estivesse vigiando seus passos o tempo todo, pronto para esfregar qualquer deslize na sua cara. Ainda mais Joseph, o cara perfeito, o aluno perfeito, o enteado perfeito, o namorado perfeito... ele era perfeito em tudo, menos em ser meio irmão.
Quem sabe toda aquela implicância dela fosse graças aos sentimentos que ele nutria por sua melhor amiga. Era complicado ter seu meio irmão amando a sua melhor amiga de uma maneira platônica. É claro que esse sentimento só era platônico por que Mary havia o convencido a nem tentar, dizendo que ele não teria chances.
“Quem sabe eles se dessem bem, no final. Iam formar um casal bem bonitinho, na verdade.”
Ela expulsou esses pensamentos de sua cabeça.
- Meninas. – ele cumprimentou.
- Joe! – Lys o abraçou, fazendo seu coração acelerar.
- Ameba. – Mary cumprimentou.
- Joe, fala pra sua irmã que eu não quero uma porcaria de festa de aniversário.
- O que? Não! Depois de todo o trabalho que tive pra ajudar na decoração e, principalmente, depois de toda a força de vontade que tive que usar para não matar minha irmã com toda a sua chatice de “isso aqui tem que ficar perfeito e você não faz nada certo e blá blá blá...” – ele disse, imitando a irmã.
Lys riu. Ela gostava muito de Joe. Dois anos atrás - antes de ela conhecer Philip, seu mais novo ex-namorado idiota – ela até cogitou a idéia de namorar o garoto, porém Mary a advertiu de que o irmão já estava gostando de uma garota. Ela amava mesmo ele, e foi difícil na época, mas finalmente, ela superou.
Ainda assim, Lys não conseguia pensar em nenhum amigo melhor do que Joseph. Ele era quase seu irmão.
- Poxa, Joe, não dá pra você convencer ela, por favor? Por mim, a sua amiguinha linda que você ama. Por favor? – disse ela, passando a mão pela cintura do amigo, provocando-lhe um arrepio;
- Dessa vez não, Lizzie. Me desculpe, mas sou obrigado a (não acredito que vou dizer isso) concordar com a Mary. Eca. Alguém tem um creme dental e uma escova? Não, por que depois de falar isso eu vou precisar desinfetar minha boca.
- Todo mundo sabe que da sua boca só sai porcaria, Joseph. Por isso o desinfetante de banheiro é o correto para o seu caso, não acha?
- Hey, vocês dois, dá pra parar de se alfinetarem? Deixem essa implicância familiar de lado e comecem a prestar a atenção no MEU problema. Eu não quero uma festa de aniversário, gente!
- Mas vai ter! – disseram os dois juntos.
- Além disso, Price – complementou Mary – você precisa conhecer o gato do meu primo. Gente, aqueles olhos azuis... Meu Deus, eu quase morri por falta de ar quando o vi pela primeira vez e...
- Ele nem é tudo isso, Lys, acredita em mim. É metido, convencido e extremamente irritante.
- Você diz isso, Joseph, por que ele é muito melhor que você. É inveja.
- AH, NÃO DÁ PRA CONVERSAR COM VOCÊS. – disse a garota, dirigindo-se ao armário.
Os dois ficaram olhando a garota indo, enquanto riam e continuavam se alfinetando.

2 comentários:

  1. Juuh, eu simplesmente amei. Nem tenho palavras para descrever. Adorei essa parte do Joseph e da Mary Anne.

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    1. Nhaaaw, valeu minha pequena! fico feliz que tenha gostado! *-*
      Muito obrigada por ler, viu?
      Amucê, filhota.

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