- Ah, então é hoje a festa da
garota responsável por toda essa... movimentação um tanto quanto desorganizada,
não é?
A garota olhou para Ian, furiosa.
Ela estava ficando louca por
causa dos aperitivos da festa, enquanto Joe ficava agüentando os gritos da irmã
caso algum dos balões ficasse meio centímetro para baixo do que ela havia
determinado. E Ian, para variar, não estava ajudando em nada.
- É, é hoje. E, aliás, os
convidados já devem estar chegando, não vai se arrumar?
- Eu realmente acho que nenhuma
roupinha alinhada vai melhorar a perfeição que eu tenho em mim, mas, já que
insiste, estou indo. Melhor do que ficar ajudando.
O vampiro sorriu, daquela forma
sensual que ele sempre fazia com as garotas, e depois subiu as escadas. De lá
de cima, ouviu o suspiro da prima. Aquilo o fez sorrir, mais uma vez. A coisa
que ele mais amava em ser ele era que nenhuma garota resistia. Ele já até havia
acostumado-se com esse fato, fácil demais, na verdade.
Ainda sorridente, ele foi tomar
um banho.
- Mas que... porcaria é essa,
Joseph? – disse Lys, enquanto olhava para a casa, inteiramente decorada com
balões e véus azuis, que, surpreendentemente, era a cor do seu vestido.
- Desculpa, Lys, mas foram ordens
da Mary! Ela disse que uma festa dela não seria nada menos do que luxuosa.
- Ah, eu mato ela. – disse a
garota, andando furiosa para a casa.
Joseph ficou para trás, rindo.
A garota apressou-se, olhando
para o chão. Poxa, ela não queria uma festa, nunca quis.
De repente, ela chocou-se contra
um peitoral masculino. Ah, legal.
- Opa, olha para onde anda,
pequena. – disse o rapaz.
A garota levantou os olhos e
enfeitiçou-se pelo azul profundo dos olhos dele. Eram hipnotizantes!
- V-você viu a Mary?
- Ela está na cozinha. – disse
ele, depois riu. – Bem vinda à lista das pessoas que querem matar ela.
- Obrigada – disse a garota, e
afastou-se, evitando o contato visual com ele novamente. Será que ele tinha
notado as batidas do coração dela?
Ela andou em direção à cozinha,
constatando, no caminho, que não conhecia ninguém daquela festa. Eram os amigos
da Mary, não dela. Ela preferia comer uma pizza com Mary e Joe, e só.
- Mary Anne Hidel! – ela chamou,
quando aproximava-se da garota, que era meia cabeça mais alta que os demais,
graças aos exagerados saltos. – O que você fez?
- Uma festa, de nada.
- Mary, eu não conheço metade
dessas pessoas, e do resto só converso com dois ou três. E isso ta parecendo um
formigueiro! O que foi que você pensou, hein?
- Relaxa, Price. Aproveita!
Lys afastou-se, ainda furiosa,
exclamando algo sobre ponche, e deixando Mary rindo sozinha atrás dela.
Ian olhava atenciosamente para a
garota que bufava, encostada na mesa de ponche. Ela era muito bonita, ele tinha
que admitir. Talvez servisse como almoço, ou quem sabe jantar... ou, se
dependesse da vontade dele, ela podia o entreter durante a noite e servir-lhe
de café da manhã no dia seguinte...
- Admirando a causadora de toda
essa calamidade?
- Essa é a tal Elizabeth? – ele
perguntou, saindo de seus devaneios, à sua prima, que acabava de se aproximar.
- Quem, essa estressadinha em quem você estava babando? Sim, é ela... e olha, eu, no seu lugar, não teria muitas
esperanças. Ela acabou de terminar um relacionamento, o idiota deu um pé nela,
e ela ta estressada...
O vampiro deixou Mary falando
sozinha. Entregou seu copo de ponche para a garota, sem sequer olhá-la, e
dirigiu-se à morena irritada.
- A garota que topou em mim! –
ele falou, zombeteiro. – E, acabo de descobrir, a aniversariante. Meus
parabéns! – ele fez uma pausa, diante da cara de confusa dela. – E você deve
ser controlada, nem matou a prima Mary...
A garota o observou, por uns
instantes, hipnotizada com o mar azul que eram seus olhos. Depois, percebeu que
ele ainda esperava que ela falasse algo.
- Então você é o Ian... primo da
Mary...
- E do Joe. Prazer. – ele beijou
a mão da garota. – E você, Elizabeth... Price, é isso? Lys para a Mary, Lizzie
para o Joe... alguém já te chamou de Lizbela? Tipo, Lisbela e o prisioneiro,
aquele filme, sabe...?
- Não, não me chamaram...
O vampiro continuou falando,
enquanto Lys, por algum motivo, sentia-se perturbada. Ele a deixava perturbada,
quem sabe até temerosa... ela respondeu tudo no automático, mas ele não pareceu
perceber o efeito que exercia sobre ela.
- Olha, eu estou com um pouco de
dor de cabeça, acho que vou para casa... – disse ela, pouco tempo depois.
Queira logo se ver livre dele.
- Foi um prazer conhecê-la,
Lizbela. – ele beijou a mão da garota.
- O prazer foi meu, Armstrong. –
a garota respondeu, tentando dar o assunto por encerrado.
Então, ela saiu do pátio da casa,
em direção ao seu carro. Ian ficou observando-a ir.
Ela era, realmente, deliciosa.
Teria dado um bom lanchinho.
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