terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Capítulo 1 - Parte 2

- Ah, então é hoje a festa da garota responsável por toda essa... movimentação um tanto quanto desorganizada, não é?
A garota olhou para Ian, furiosa.
Ela estava ficando louca por causa dos aperitivos da festa, enquanto Joe ficava agüentando os gritos da irmã caso algum dos balões ficasse meio centímetro para baixo do que ela havia determinado. E Ian, para variar, não estava ajudando em nada.
- É, é hoje. E, aliás, os convidados já devem estar chegando, não vai se arrumar?
- Eu realmente acho que nenhuma roupinha alinhada vai melhorar a perfeição que eu tenho em mim, mas, já que insiste, estou indo. Melhor do que ficar ajudando.
O vampiro sorriu, daquela forma sensual que ele sempre fazia com as garotas, e depois subiu as escadas. De lá de cima, ouviu o suspiro da prima. Aquilo o fez sorrir, mais uma vez. A coisa que ele mais amava em ser ele era que nenhuma garota resistia. Ele já até havia acostumado-se com esse fato, fácil demais, na verdade.
Ainda sorridente, ele foi tomar um banho.

- Mas que... porcaria é essa, Joseph? – disse Lys, enquanto olhava para a casa, inteiramente decorada com balões e véus azuis, que, surpreendentemente, era a cor do seu vestido.
- Desculpa, Lys, mas foram ordens da Mary! Ela disse que uma festa dela não seria nada menos do que luxuosa.
- Ah, eu mato ela. – disse a garota, andando furiosa para a casa.
Joseph ficou para trás, rindo.
A garota apressou-se, olhando para o chão. Poxa, ela não queria uma festa, nunca quis.
De repente, ela chocou-se contra um peitoral masculino. Ah, legal.
- Opa, olha para onde anda, pequena. – disse o rapaz.
A garota levantou os olhos e enfeitiçou-se pelo azul profundo dos olhos dele. Eram hipnotizantes!
- V-você viu a Mary?
- Ela está na cozinha. – disse ele, depois riu. – Bem vinda à lista das pessoas que querem matar ela.
- Obrigada – disse a garota, e afastou-se, evitando o contato visual com ele novamente. Será que ele tinha notado as batidas do coração dela?
Ela andou em direção à cozinha, constatando, no caminho, que não conhecia ninguém daquela festa. Eram os amigos da Mary, não dela. Ela preferia comer uma pizza com Mary e Joe, e só.
- Mary Anne Hidel! – ela chamou, quando aproximava-se da garota, que era meia cabeça mais alta que os demais, graças aos exagerados saltos. – O que você fez?
- Uma festa, de nada.
- Mary, eu não conheço metade dessas pessoas, e do resto só converso com dois ou três. E isso ta parecendo um formigueiro! O que foi que você pensou, hein?
- Relaxa, Price. Aproveita!
Lys afastou-se, ainda furiosa, exclamando algo sobre ponche, e deixando Mary rindo sozinha atrás dela.

Ian olhava atenciosamente para a garota que bufava, encostada na mesa de ponche. Ela era muito bonita, ele tinha que admitir. Talvez servisse como almoço, ou quem sabe jantar... ou, se dependesse da vontade dele, ela podia o entreter durante a noite e servir-lhe de café da manhã no dia seguinte...
- Admirando a causadora de toda essa calamidade?
- Essa é a tal Elizabeth? – ele perguntou, saindo de seus devaneios, à sua prima, que acabava de se aproximar.
- Quem, essa estressadinha em quem você estava babando? Sim, é ela... e olha, eu, no seu lugar, não teria muitas esperanças. Ela acabou de terminar um relacionamento, o idiota deu um pé nela, e ela ta estressada...
O vampiro deixou Mary falando sozinha. Entregou seu copo de ponche para a garota, sem sequer olhá-la, e dirigiu-se à morena irritada.
- A garota que topou em mim! – ele falou, zombeteiro. – E, acabo de descobrir, a aniversariante. Meus parabéns! – ele fez uma pausa, diante da cara de confusa dela. – E você deve ser controlada, nem matou a prima Mary...
A garota o observou, por uns instantes, hipnotizada com o mar azul que eram seus olhos. Depois, percebeu que ele ainda esperava que ela falasse algo.
- Então você é o Ian... primo da Mary...
- E do Joe. Prazer. – ele beijou a mão da garota. – E você, Elizabeth... Price, é isso? Lys para a Mary, Lizzie para o Joe... alguém já te chamou de Lizbela? Tipo, Lisbela e o prisioneiro, aquele filme, sabe...?
- Não, não me chamaram...
O vampiro continuou falando, enquanto Lys, por algum motivo, sentia-se perturbada. Ele a deixava perturbada, quem sabe até temerosa... ela respondeu tudo no automático, mas ele não pareceu perceber o efeito que exercia sobre ela.
- Olha, eu estou com um pouco de dor de cabeça, acho que vou para casa... – disse ela, pouco tempo depois. Queira logo se ver livre dele.
- Foi um prazer conhecê-la, Lizbela. – ele beijou a mão da garota.
- O prazer foi meu, Armstrong. – a garota respondeu, tentando dar o assunto por encerrado.
Então, ela saiu do pátio da casa, em direção ao seu carro. Ian ficou observando-a ir.
Ela era, realmente, deliciosa. Teria dado um bom lanchinho.

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